segunda-feira, 22 de março de 2010

Das Humanidades

Somos todos feios
nas Humanidades
com línguas soltas
bonés e calças rotas

peles flácidas
anti-atléticos
entre esquálidos
barbudos pálidos

Carecas malvados
jovens míopes
velhos cansados
amarelados cínicos

Bigodes pardos
sabem a cigarros
supersticiosos ateus
em densos cavanhaques

Autoridades do verbo
solenes improvisações
causam-me riso as saias
das mulheres sem batom

Autocratas enrustidos
vertem maus-cheiros
doutores raivosos
sobre livros mofados

Somos todos feios
fedidos malquistos
sob os escombros
das Humanidades.