sexta-feira, 22 de junho de 2007

Poesia irresponsável
trolha sem rimas
navalha cega a rasgar a cara
reconhecida imprecisão literária

inspiração dispensável
beijo de novela
insípida palavreada
purulentos versículos

mortadela vencida
pior que outra coisa
branca encardida
sangue pelo nariz

lírico excremento
musgo sacrossanto
cai lá, cai cá
bestial cacofonia

pela greta da cabeça
e pela ponta de lança
na guerra perdida
derrocada merecida

ignorância performática
lata de açúcar vazia
sem métrica, sem chão
flatulência, latrina

sem um pingo de juízo
sem meio de sobrevida
sem dó, nem perdão
irresponsável poesia.