quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Fim



Tremula a bandeira abandonada no cimo d’um edifício
Uma folha seca vibra, antes de cair do galho
Uma abelha despenca da colmeia, num voo trágico
Sobre uma calçada flutua um saco plástico

Transborda do tanque uma água turva
Uma lágrima chega até a boca respectiva
Sangue jorra do corte num joelho
Gota de chuva uma inundação
inicia

Automóveis morrem nas auto-estradas
Um poeta escreve sua última letra
Humanos tornam-se em cinzentas estátuas 

O gado atônito interrompe a ruminância

Vagalumes apagam-se indiferentes
O sol é mais uma estrela que some
Um último olho fecha-se ao longe, 

o uivo cego de um lobo derradeiro.