quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ensinamento

Um menino com cerca de cinco anos deixou o parquinho obedecendo a mãe, que lhe chamava para comer bolachas. Enquanto as comia, encostado ao banco da praça, uma delas caiu ao chão.
A mãe apontou-a e lhe disse para jogá-la fora. A criança foi até um canteiro, onde pousava um arbusto sobre a grama e, antes de lá dispensar a bolacha caída, ouviu a mãe a repreendê-la.
Ao invés de se dirigir à lixeira próxima, voltou ao lugar de onde partira, como que a protestar com sua progenitora.
Esta lhe explicou que as formigas iriam farejar a bolacha e acabariam por comer também a plantinha, até destruí-la.
A criança parou por um instante, olhou ao alimento sujo em suas mãos e falou, voltando seu olhar à planta no canteiro: "é igual quando você diz para eu não levar comida à cama, que as formigas vêm me comer à noite?". A mãe, "sim". Então, "eu sou igual à planta", disse o menino a olhá-la, que ria ensimesmada e orgulhosa, enquanto o levava pela mão até a lixeira. De lá, ele voltou saltitante aos balanços e rodopios nos brinquedos públicos.

Não sei se chegaram a desculpar as formigas.