sábado, 12 de setembro de 2009

Ao tentar tocar meu braço
minha mão passou por ele
sem o sentir
onde dele eu me perdi?

em que praça do passado
esqueci-me como se diz meu nome
desalfabetizei-me com que livro?
com que laço me amarrei?

ausente de minha história
renegado de minha sorte
invisível, alheio, cansado
feito um cão andarilho

ou uma freira entesada
incêndio em alto mar
serpente num aquário
palavras ao léu

nem eu mesmo as escuto
e fui eu quem as disse
enquanto meu braço esticado
não sentia a brisa a lambê-lo.