terça-feira, 6 de maio de 2014

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Aprendi que um olhar atencioso, uma massagem nas costas, correr na faixa de pedestre puxado pela mão amada (ainda que o sinal esteja aberto para a passagem a pé), comer um ovo mexido com alho (muito) e gengibre, tomar chá com limão, alho (muito) e gengibre para que um segundo espirro não ocorra, receber um abraço caloroso quando não se espera, dançar coladinho no meio da sala, ouvir um conselho desinteressado, entre outras inúmeras provas de que o amor existe, é tao excitante quanto

estar andando no corredor da estação de metrô e ganhar um beijo fundo e inesperado, sentir sob a mesa do restaurante a perna amada roçar a nossa, ou receber o peso do corpo amado sobre o nosso, antes de ter a respiração facilitada pelo cheiro do cabelo amado a roçar o nosso rosto molhado de suor ansioso e saliva cálida